terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A PRIMEIRA AULA DE LIBRAS

O momento mais significativo para mim na Faculdade foi a primeira aula de libras. Eu sempre tive curiosidade sobre o conteúdo desta disciplina e mantinha uma certa expectativa também, pois tinha a certeza de que nesta disciplina o professor iria ensinar os sinais para comunicar com surdos. Fiquei entusiasmada com a primeira aula, achei interessante que com pouco tempo, em torno de 30 minutos conseguimos montar uma frase e repassar para o colega do lado, na língua de sinais. Ficamos treinando e tentando adivinhar o que a professora dizia, depois fomos à frente e fizemos perguntas simples um para o outro, como por exemplo: se a pessoa era casada, se tinha irmãos, quantos irmãos, se tinha pai, mãe, etc. Demos muitas risadas, nos divertimos muito, mesmo apesar da dificuldade em participar de aulas onde eu tenha que me expor e ir à frente. Saí da aula com a sensação de que valeu a pena ter continuado a estudar, já que sou da turma de obtenção.

                                                   


Mas, as próximas aulas não foram iguais a primeira, passamos para o conteúdo, os textos que mostravam as falhas e os avanços na sociedade, na ciência, no processo educacional, dentre outros. Aí comecei a ficar desanimada e sem interesse, pois para mim iríamos aprender a língua de sinais para podermos conversar com os surdos, afinal como comunicar com meu aluno surdo, se não aprender a língua de sinais? Esta sensação de desânimo perdurou até o dia em que conversei com a professora Dayse sobre minha frustração para com a disciplina, pois naquela oportunidade ela me disse que a carga horária era pequena para conseguirmos aprendermos os sinais de libras e que o fundamental era sabermos o processo de desenvolvimento dos surdos, seu atraso cognitivo causado pela sua inserção tardia na comunicação, sua forma de agir e de interagir em sala de aula, em casa e na sociedade. Esses conhecimentos são fundamentais para que nós educadores, possamos atuar com esses alunos de forma a suprir, ou, pelos menos, atenuar suas necessidades educacionais, já que sabemos que esta inclusão depende também, da sensibilização de nossos governantes, pela causa dos portadores de perda auditiva.






Edna V. Rodrigues                                               

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